INSS: Governo atualiza sobre a Operação Sem Desconto

Nesta quinta-feira (8) foi realizada uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto para atualizar os desdobramentos do caso que investiga um esquema de descontos indevidos nos contracheques de aposentados e pensionistas do INSS. Participaram da coletiva os ministros Jorge Messias (AGU), Vinicius Marques de Carvalho (CGU), Wolney Queiroz (Previdência Social) e o presidente do INSS, Gilberto Waller.

O presidente do INSS, Gilberto Waller, anunciou que, a partir da próxima terça-feira (13), os aposentados e pensionistas poderão consultar, por meio do aplicativo Meu INSS ou pela Central 135, informações detalhadas sobre eventuais descontos associativos em seus benefícios. Caso identifiquem cobranças não autorizadas, poderão contestá-las diretamente na plataforma, sem necessidade de apresentar documentos. As associações responsáveis terão 15 dias para comprovar a autorização do desconto. Se não o fizerem, terão mais 15 dias para devolver os valores ao INSS, que, por sua vez, repassará os recursos aos beneficiários lesados.

O ministro da AGU, Jorge Messias, informou que foram bloqueados R$ 2,56 bilhões em bens de 12 associações envolvidas no esquema. Além disso, os dirigentes dessas entidades tiveram seus passaportes retidos para evitar fuga do país. As investigações apontam para uma organização criminosa sofisticada, envolvendo agentes públicos e privados, com indícios de uso de criptomoedas para lavagem de dinheiro.

A Operação Sem Desconto estima que, entre 2019 e 2024, cerca de R$ 6,5 bilhões foram desviados por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. O número de beneficiários afetados pode chegar a 9 milhões.

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o governo vá “às últimas consequências” na apuração das fraudes e na responsabilização dos culpados. O objetivo é garantir que nenhum segurado do INSS fique no prejuízo.

O INSS orienta os aposentados e pensionistas a utilizarem exclusivamente os canais oficiais — aplicativo Meu INSS e Central 135 — para consultas e contestações relacionadas aos descontos. A autarquia alerta para que não forneçam dados ou documentos a terceiros, visando evitar novas fraudes.

A operação segue em andamento, com novas fases previstas para aprofundar as investigações e ampliar as medidas de ressarcimento aos prejudicados.