Prefeituras do MA concentram suspeitas em fraudes com recursos do SUS

Prefeituras do MA concentram suspeitas em fraudes com recursos do SUS

Segundo auditorias do Departamento Nacional de Auditoria do SUS (DenaSUS), cerca de R$ 120 milhões envolvem municípios do Maranhão.

As investigações apontam que diversas prefeituras inflaram artificialmente dados de atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como consultas e exames, com o objetivo de receber repasses maiores do governo federal. As auditorias foram feitas entre 2019 e 2022, período de crescimento expressivo no volume de emendas parlamentares.

Entre os municípios com maior volume de recursos cobrados está Vitorino Freire (MA), que deverá restituir R$ 13,4 milhões. De acordo com o DenaSUS, a gestão local declarou mais de 800 mil consultas médicas em 2021, apesar de a cidade ter apenas 30 mil habitantes. A prefeitura afirma que os números são referentes ao período da pandemia e que falhas operacionais foram causadas por uma empresa terceirizada.

Além dos dados inflados, os auditores identificaram o uso indevido de senhas do sistema do SUS por pessoas sem vínculo com a administração pública. Em um dos casos, um dos envolvidos — Roberto Rodrigues Lima — já havia sido alvo de operação da Polícia Federal em 2022, por suspeita de fraudes semelhantes.

Outro município citado é Paulo Ramos (MA), que deve R$ 10,3 milhões. A auditoria identificou repasses sem comprovação à empresa Center Med, também investigada pela Polícia Federal em inquéritos que envolvem o deputado federal Cleber Verde (MDB-MA). O parlamentar afirma que as emendas foram destinadas para ampliar os serviços de saúde e nega qualquer irregularidade.

Procuradas, as prefeituras negaram as acusações. A gestão de Vitorino Freire informou já ter devolvido R$ 4,6 milhões em acordo com o Ministério Público Federal. Já Lago dos Rodrigues declarou que ainda não foi notificado oficialmente e atribuiu eventuais falhas à administração anterior.

Das 51 auditorias realizadas pelo DenaSUS, 23 são referentes ao Maranhão. São Paulo aparece em segundo lugar, com cinco municípios alvos das cobranças, somando R$ 1,8 milhão. Até o momento, segundo o Ministério da Saúde, R$ 12,1 milhões já foram recuperados.

Adriana Nogueira

Adriana Nogueira

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