Energia elétrica impulsiona alta da inflação em julho

A inflação oficial do país, medida pelo IPCA, ficou em 0,26% em julho, ligeiramente acima dos 0,24% registrados em junho, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (12). O principal responsável pelo aumento foi o custo da energia elétrica residencial, que teve impacto individual de 0,12 ponto percentual no índice, repetindo o efeito dos meses anteriores.

No acumulado do ano, a inflação já soma 3,26%, e, nos últimos 12 meses, alcança 5,23%. A alta de 10,18% na energia elétrica residencial entre janeiro e julho é a maior para esse período desde 2018.

A manutenção da bandeira tarifária vermelha patamar 1, vigente desde junho, e reajustes nas tarifas em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro contribuíram para o aumento. Sem o efeito da energia elétrica, a inflação de julho teria sido de 0,15%.

Além da energia, o grupo Habitação registrou alta de 0,91%, impulsionada por reajustes nas taxas de água e esgoto em cidades como Salvador, Brasília e Rio Branco.

No setor de Despesas Pessoais, o reajuste nos jogos de azar (11,17%) também influenciou o índice.

O grupo Transportes teve alta de 0,35%, devido ao aumento das passagens aéreas (19,92%), apesar da queda de 0,64% nos combustíveis — a quarta redução consecutiva nos preços. A gratuidade nos transportes públicos aos domingos e feriados em algumas cidades também impactou o índice.

Na área de Saúde e Cuidados Pessoais, houve aumento nos custos de higiene pessoal (0,98%) e planos de saúde (0,35%), este último refletindo reajustes autorizados pela ANS.

Por outro lado, os grupos Alimentação e Bebidas (-0,27%) e Vestuário (-0,54%) registraram queda. A queda na alimentação no domicílio (-0,69%) foi puxada por itens como batata-inglesa, cebola e arroz, enquanto a alimentação fora do domicílio subiu 0,87%, impulsionada pelo período de férias.

Entre as regiões, São Paulo teve a maior alta (0,46%), principalmente devido às passagens aéreas e energia elétrica, enquanto Campo Grande apresentou queda de 0,19%, influenciada pela redução nos preços da batata-inglesa e energia elétrica.