Estudo liga imunidade ‘jovem’ em idosos a doenças autoimunes
Por Adriana Nogueira
14 de agosto de 2025 às 16:54
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Um estudo publicado nesta quinta-feira (14) na revista Nature Aging revelou um intrigante mecanismo que pode manter o sistema imunológico de algumas pessoas idosas com a mesma vitalidade observada em indivíduos mais jovens. A descoberta, feita por uma equipe da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, aponta a presença de células T com características de células-tronco — chamadas de stem-like T cells — em pacientes com uma doença autoimune grave.
O trabalho foi conduzido pela reumatologista Cornelia Weyand, que investigou 100 idosos diagnosticados com arterite de células gigantes, condição inflamatória que afeta artérias de grande calibre. Os pesquisadores identificaram que essas células T especiais, normalmente associadas à regeneração e cicatrização de tecidos, estavam envolvidas na propagação da doença, sugerindo um paradoxo imunológico: a juventude celular pode, em alguns casos, favorecer a disfunção imunológica.
Apesar da aparência promissora da chamada “juventude imunológica”, os cientistas destacam que o envelhecimento do sistema imune pode ser benéfico, funcionando como uma adaptação natural para evitar reações excessivas do organismo. “Há um custo biológico para manter um sistema imunológico jovem. Esse custo pode ser o aumento do risco de doenças autoimunes”, explicou o coautor do estudo, Jörg Goronzy, especialista em envelhecimento imunológico.
Os pesquisadores agora avaliam a possibilidade de desenvolver novos exames diagnósticos que possam detectar níveis elevados dessas células em indivíduos saudáveis. Isso permitiria identificar precocemente aqueles com maior predisposição ao desenvolvimento de doenças autoimunes — o que pode abrir caminho para estratégias de prevenção mais eficazes no futuro.
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