Uso excessivo de agrotóxicos gera alerta no Brasil

O Brasil ocupa atualmente a primeira posição mundial no consumo de agrotóxicos, segundo dados de 2021 da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O país superou, inclusive, a soma do uso dessas substâncias na China e nos Estados Unidos, o que acende um alerta global sobre os impactos desse modelo de produção agrícola.

O uso intensivo de agrotóxicos tem consequências graves para a saúde pública. No Brasil, uma pessoa morre a cada dois dias por intoxicação causada por essas substâncias, conforme registros oficiais. A contaminação ocorre, sobretudo, nas lavouras, com o uso exagerado de produtos químicos, que acabam deixando resíduos nos alimentos que chegam à mesa dos consumidores.

A exposição pode acontecer de duas formas principais: no campo, afetando diretamente os trabalhadores rurais que aplicam ou manuseiam os produtos, e nas áreas urbanas, por meio do consumo de alimentos contaminados. Os riscos à saúde vão desde intoxicações agudas até efeitos de longo prazo, como doenças crônicas, problemas no desenvolvimento, alergias e distúrbios neurológicos.

Para reduzir os riscos da ingestão de resíduos químicos, especialistas recomendam cuidados na higienização dos alimentos. No caso de frutas, legumes e vegetais com casca, o ideal é deixá-los de molho por cerca de 30 minutos em uma solução com uma colher de chá de bicarbonato de sódio para cada litro de água. Depois, é necessário enxaguar bem em água corrente para retirar todo o resíduo da solução.

Já os vegetais folhosos exigem atenção redobrada. A orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é retirar as folhas externas, lavar uma a uma em água corrente e, em seguida, deixá-las de molho por 15 minutos em uma solução com duas colheres de sopa de água sanitária (com hipoclorito de sódio a 1%) para cada litro de água.

O avanço do uso de agrotóxicos no Brasil tem gerado preocupação entre organizações de saúde, ambientalistas e pesquisadores, que alertam para a necessidade de um modelo de agricultura mais sustentável e menos dependente de produtos químicos.