Setor de serviços bate recorde de empregos
O número de trabalhadores com carteira assinada voltou a crescer no Brasil, refletindo a recuperação gradual do mercado de trabalho nos últimos anos. Dados atualizados mostram que houve um avanço consistente no emprego formal, com mais pessoas tendo acesso a direitos trabalhistas, como férias remuneradas, 13º salário e FGTS.
Esse movimento é considerado positivo tanto para a economia quanto para os trabalhadores, pois indica maior estabilidade nas relações de trabalho e maior arrecadação para a Previdência Social. A expansão do emprego formal também demonstra que parte significativa da força de trabalho tem migrado da informalidade para postos com vínculos mais seguros, especialmente em setores como serviços, comércio e construção civil.
O setor de serviços atingiu em 2023 o maior número de trabalhadores já registrado, com 15,2 milhões de pessoas empregadas. Os dados fazem parte da Pesquisa Anual de Serviços, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (27), e revelam um aumento de 7,1% em relação a 2022, quando o setor contava com 14,2 milhões de empregados. Em comparação com o período pré-pandemia, em 2019, o crescimento chega a 18,3%, com a criação de mais 2,4 milhões de vagas.
A pesquisa mostra o desempenho de segmentos como transporte, alimentação, hospedagem, comunicação, turismo, reparos, cultura e serviços administrativos, mas não inclui instituições financeiras. O levantamento aponta ainda que cinco atividades concentraram quase metade dos empregos no setor. A área de alimentação lidera esse ranking, com cerca de 1,8 milhão de postos de trabalho.
Em termos salariais, as empresas do setor pagaram, ao todo, R$ 592,5 bilhões em 2023, o que corresponde a uma média de 2,3 salários mínimos por trabalhador. Entre os segmentos com melhor remuneração estão os serviços de informação e comunicação, que pagaram em média 4,7 salários mínimos, seguidos por outras atividades de serviços e transporte, com 3,6 e 2,8 salários mínimos, respectivamente. Os maiores salários médios foram registrados em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Por outro lado, Acre, Roraima e Piauí apresentaram as menores médias salariais do país.
A receita bruta do setor de serviços somou R$ 3,4 trilhões em 2023. O estado de São Paulo concentrou 45% desse montante, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais. Houve também mudança na liderança entre os segmentos que mais faturam. Pela primeira vez, os serviços profissionais, administrativos e complementares superaram os transportes e correios em participação na receita líquida, com 29,2% contra 28,1%.
Enquanto a pesquisa anual oferece um panorama mais detalhado sobre emprego e remuneração, o IBGE também realiza a Pesquisa Mensal de Serviços, que acompanha o desempenho do setor ao longo do ano. Segundo esse levantamento, no primeiro semestre de 2025, o setor cresceu 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
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