Indicação de premiê causa crise na França
O Ministério do Interior da França informou nesta quarta-feira (10) que mais de 470 pessoas foram detidas durante uma série de protestos em diversas regiões do país. As manifestações tiveram início após a nomeação de Sébastien Lecornu para o cargo de primeiro-ministro, anunciada pelo presidente Emmanuel Macron, e já mobilizaram cerca de 175 mil pessoas sob o lema “Vamos bloquear tudo”.
Sem uma liderança centralizada ou formato padronizado, os atos têm se espalhado por várias cidades francesas, gerando preocupação nas autoridades quanto à possibilidade de confrontos e desordem. Estima-se que pelo menos 100 mil pessoas participaram ativamente dos protestos, muitos deles ex-integrantes do movimento dos “coletes amarelos”, que protagonizou grandes mobilizações em anos recentes.
Para conter possíveis episódios de violência e garantir a segurança pública, o governo francês mobilizou um contingente de 80 mil agentes, distribuídos em todo o território nacional. Em Paris e em outras grandes cidades, ruas e rodovias foram bloqueadas, afetando a circulação e elevando a tensão.
A insatisfação popular cresceu após Macron escolher Lecornu para chefiar o governo, apesar de a coalizão de esquerda e centro-esquerda, vencedora das últimas eleições legislativas, não ter conseguido maioria suficiente para formar o próximo governo. A decisão foi interpretada por parte da população como uma manobra política que desconsidera a vontade expressa nas urnas.
Organizado majoritariamente por meio das redes sociais, o movimento “Vamos bloquear tudo” ganhou força rapidamente, e embora ainda seja imprevisível em termos de duração e alcance, já demonstra forte potencial de desestabilização política e social no país.
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