Atraso escolar afeta 12,5% dos estudantes no país

Atraso escolar afeta 12,5% dos estudantes no país
05/2017. Imagens para Relatório de Avaliação do Curso de Medicina para o Ministério da Educação - MEC. Diretora da Faculdade de Medicina Drª. Fátima Maria Lindoso da Silva Lima; Coordenadora do Curso Médico Drª. Maria Auxiliadora Carmo Moreira. Salas de Aulas

No Brasil, cerca de 4,2 milhões de estudantes estão com dois anos ou mais de atraso escolar, o que corresponde a 12,5% de todas as matrículas, segundo dados do Censo Escolar 2024 analisados pelo Unicef. Apesar de ainda representarem uma parcela significativa dos alunos, a proporção tem diminuído ao longo dos anos, já que em 2023 o percentual era de 13,4%.

O levantamento aponta que o atraso escolar apresenta desigualdades marcantes quando se considera raça, cor e gênero. Entre estudantes negros da educação básica, a distorção idade-série chega a 15,2%, quase o dobro do registrado entre alunos brancos, que é de 8,1%. Além disso, meninos são mais afetados do que meninas, com índices de 14,6% e 10,3%, respectivamente.

O Unicef destaca que o atraso escolar não deve ser atribuído apenas ao desempenho individual do estudante, mas compreendido à luz de fatores sociais e contextuais que envolvem famílias, escolas, governos e comunidades. Quando os alunos se atrasam, eles podem se sentir excluídos do ambiente escolar, aumentando o risco de abandono.

Pesquisas indicam que um terço dos adolescentes acredita que a escola desconhece sua realidade e a de suas famílias, evidenciando a necessidade de políticas educacionais que considerem a vida social dos estudantes e promovam o pertencimento à escola.

O atraso escolar está diretamente ligado ao abandono e à menor escolaridade na vida adulta. Dados do IBGE mostram que, embora os indicadores tenham melhorado nos últimos anos, muitos adultos ainda não concluíram o ensino médio. Em 2024, 56% da população adulta possuía o ensino médio completo, ante 46,2% em 2016. Aumentar a escolaridade favorece a participação cidadã, melhores salários e condições socioeconômicas mais elevadas, sendo que, segundo a OCDE, um diploma de ensino superior pode mais que dobrar os rendimentos no país.

Para enfrentar essa situação, o Unicef, em parceria com o Instituto Claro e com apoio da Fundação Itaú, desenvolve a estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, que visa criar, implementar e monitorar políticas públicas para combater a cultura de fracasso escolar nas redes públicas de ensino.

Adriana Nogueira

Adriana Nogueira

💬 Comentários (0)

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.