Implanon chega à rede pública

Implanon chega à rede pública

O governo federal iniciou a oferta do implante contraceptivo subdérmico Implanon no Sistema Único de Saúde (SUS). O primeiro lote, com mais de 100 mil unidades, já foi recebido pelo Ministério da Saúde, junto a 100 kits de treinamento para capacitar médicos e enfermeiros responsáveis pela inserção do método.

Com validade de até três anos, o implante será distribuído inicialmente a estados e municípios com maiores índices de vulnerabilidade social e gravidez na adolescência. A meta é disponibilizar 1,8 milhão de unidades até o fim de 2026, sendo 500 mil apenas neste ano, com investimento de R$ 224 milhões.

Assim como o DIU, o Implanon é considerado um método contraceptivo reversível de longa duração e não depende da adesão contínua da usuária. Trata-se de um bastonete de plástico semirrígido, inserido sob a pele do braço, que libera etonogestrel para inibir a ovulação e dificultar a passagem dos espermatozoides. O procedimento é simples, realizado com anestesia local.

Segundo especialistas, o implante é um dos métodos mais eficazes disponíveis, já que não há risco de falha por uso incorreto. A fertilidade retorna logo após a retirada. Entre os efeitos colaterais estão alterações no ciclo menstrual, dores de cabeça, acne e mastalgia. De 20% a 40% das mulheres podem deixar de menstruar durante o uso.

Na rede privada, o dispositivo custa entre R$ 2 mil e R$ 4 mil. A chegada ao SUS amplia o acesso, principalmente para adolescentes e mulheres em idade fértil, de 14 a 49 anos.

Além do Implanon e do DIU, o SUS já oferece preservativos, anticoncepcionais orais e injetáveis, além de métodos definitivos como laqueadura e vasectomia. Apenas os preservativos, porém, oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis.

A incorporação do Implanon foi aprovada pela Conitec em julho e, desde setembro, os planos de saúde também são obrigados a cobrir o método, para mulheres de 18 a 49 anos, em atendimento à Lei 14.307.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) reforça que, em caso de dificuldade no acesso ao implante pela rede privada, a beneficiária deve acionar primeiro a operadora e, se necessário, recorrer diretamente aos canais de atendimento da Agência.

Adriana Nogueira

Adriana Nogueira

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