Mudanças nos cursos de Medicina são anunciadas

Mudanças nos cursos de Medicina são anunciadas

O Ministério da Educação (MEC) anunciou um conjunto de mudanças nas diretrizes dos cursos de Medicina no Brasil, que entram em vigor a partir de 2026. O objetivo é elevar a qualidade da formação médica, ampliar a integração com o Sistema Único de Saúde (SUS) e adequar o ensino às necessidades atuais da população.

Uma das principais alterações prevê que os estudantes tenham contato com a prática médica desde os primeiros períodos do curso. Esse percurso começa na atenção básica e se estende a áreas mais complexas, como unidades de terapia intensiva. A proposta é que os futuros médicos desenvolvam habilidades para atuar em todas as etapas do cuidado à saúde, desde a prevenção até a reabilitação.

Entre as novidades está o Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica), uma prova que será aplicada no quarto ano da graduação, antes do internato. O exame terá 100 questões objetivas e cobrará conhecimentos em áreas fundamentais como clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, saúde mental e saúde coletiva.

A ideia é padronizar o nível de aprendizado dos alunos em todo o país e permitir que problemas na formação sejam identificados e corrigidos ainda durante o curso. Instituições com baixo desempenho poderão passar por auditorias e ações corretivas.

As novas diretrizes também exigem melhorias na estrutura das faculdades de Medicina. Os cursos precisarão contar com laboratórios de simulação clínica, além de oferecer programas de capacitação contínua para professores.

Além disso, torna-se obrigatória a criação de políticas de inclusão, núcleos de apoio psicossocial e programas de mentoria para garantir o bem-estar e a saúde mental dos estudantes.

A revisão curricular inclui ainda conteúdos alinhados com os desafios atuais da saúde pública. Temas como inteligência artificial, análise de dados em saúde, sustentabilidade e mudanças climáticas passam a integrar a formação médica, refletindo as transformações tecnológicas e sociais pelas quais passa o setor.

Com a expansão acelerada dos cursos de Medicina entre 2017 e 2022, muitos sem a estrutura necessária, o MEC e o Ministério da Saúde reforçaram a necessidade de fiscalização. A partir de 2026, cursos com desempenho insatisfatório poderão ter restrições, ser acompanhados de perto ou até mesmo fechados, caso não se ajustem às novas exigências.

O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que as mudanças são fundamentais para garantir uma formação médica de qualidade, destacando a importância de incluir temas como saúde mental e tecnologia na grade curricular. Já o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou as novas regras como um avanço significativo, resultado de amplo diálogo com universidades, entidades médicas e a sociedade.

Adriana Nogueira

Adriana Nogueira

💬 Comentários (0)

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.