Eventos climáticos extremos dificultam operações no Everest
A região do Himalaia vive dias de tensão causados por eventos climáticos extremos. No Nepal, chuvas intensas provocaram deslizamentos de terra e inundações repentinas, resultando em pelo menos 47 mortes em um intervalo de apenas dois dias. As enchentes também destruíram pontes e dificultaram o acesso a áreas remotas, agravando ainda mais a situação humanitária.
Equipes de resgate foram mobilizadas para as áreas remotas do lado tibetano do Monte Everest, próximo à fronteira com o Nepal, após uma intensa tempestade de neve deixar centenas de pessoas isoladas em acampamentos na região. De acordo com a mídia estatal chinesa, as autoridades locais atuam em condições desafiadoras para liberar os acessos bloqueados pela neve pesada.
Moradores da região também participam das operações, ajudando a remover o acúmulo de neve que impede a chegada de socorro. A área afetada está situada em altitudes superiores a 4.900 metros, o que dificulta ainda mais o trabalho das equipes de resgate, tanto pela localização quanto pelas condições climáticas extremas.
Na China, o tufão Matmo atingiu o continente durante um dos períodos mais movimentados do ano para o turismo interno, a chamada Semana Dourada, quando o país celebra o Dia Nacional com um feriado prolongado. O impacto do tufão obrigou cerca de 150 mil pessoas a deixarem suas casas por medida de segurança.
Em meio a essas adversidades, a área cênica do Monte Everest continua a atrair um número crescente de visitantes. Com 8.849 metros de altitude, o Everest é o ponto mais alto da Terra e tem se consolidado como um importante destino turístico. As autoridades chinesas investiram no desenvolvimento da região, incluindo melhorias no acesso ao Acampamento Base, mirantes, mosteiros e vales ao redor da montanha. Esses esforços resultaram em um recorde de visitas em 2024, com mais de 540 mil turistas passando pela área.
Apesar do interesse pelo Everest, a maioria dos visitantes não busca alcançar o topo. Em 2024, aproximadamente mil pessoas conseguiram escalar até o cume, quase todas utilizando a rota nepalêsa, que é mais popular entre os alpinistas. A subida continua sendo extremamente arriscada e o Everest tem sido alvo de críticas devido à superlotação, ao impacto ambiental e ao número crescente de mortes nos últimos anos.
A obtenção de informações confiáveis sobre a região, especialmente na parte chinesa do Himalaia, é um desafio constante. A entrada de estrangeiros no Tibete exige autorizações específicas e o acesso da imprensa é severamente restrito, limitado a excursões organizadas por autoridades locais, que ocorrem raramente. Os contatos com moradores ou fontes da região costumam ser ignorados, tornando a cobertura jornalística independente praticamente inviável.
Enquanto a região lida com a pressão do turismo e os riscos trazidos pelas mudanças climáticas, os limites entre o desenvolvimento e a preservação continuam sendo testados em um dos pontos mais icônicos do planeta.
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