Réus do incêndio no CT do Flamengo são absolvidos

Réus do incêndio no CT do Flamengo são absolvidos

Sete pessoas acusadas de envolvimento no incêndio que matou dez jovens atletas no centro de treinamento do Flamengo, conhecido como Ninho do Urubu, foram absolvidas nesta terça-feira (21) pela Justiça do Rio de Janeiro. A decisão foi tomada pelo juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal.

O incêndio ocorreu em fevereiro de 2019 e também deixou três adolescentes feridos. As vítimas dormiam em contêineres adaptados para alojamento dentro do CT Presidente George Helal, em Vargem Grande, zona oeste da capital fluminense.

O juiz entendeu que não havia elementos suficientes para responsabilizar penalmente os réus, considerando que não foi possível estabelecer uma relação direta entre as condutas individuais de cada um e a origem do fogo. Dessa forma, não ficou caracterizada culpa com relevância criminal.

Entre os absolvidos estão dirigentes do clube, engenheiros responsáveis por obras no local e um sócio da empresa encarregada da manutenção dos aparelhos de ar-condicionado. São eles: Márcio Garotti, Marcelo Maio de Sá, Cláudia Pereira Rodrigues, Danilo Duarte, Weslley Gimenes, Fábio Hilário da Silva e Edson Colman.

A denúncia do Ministério Público apontava que o centro de treinamento funcionava sem as devidas autorizações legais, como o alvará do Corpo de Bombeiros, e que o espaço já havia sido alvo de interdições e autuações anteriores. Para a promotoria, a tragédia poderia ter sido evitada caso as normas de segurança tivessem sido seguidas.

O processo, iniciado em 2021, contou com o depoimento de 40 testemunhas e levou quatro anos para ser concluído. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas inicialmente. Destas, duas foram excluídas por não terem relação direta com os fatos, uma foi absolvida ainda na fase inicial do processo e outra teve o caso prescrito, por conta da idade prevista para redução de pena conforme o Código Penal. Este último é o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.

A tragédia no Ninho do Urubu gerou grande comoção nacional e mobilizou debates sobre segurança em centros de treinamento esportivos. Apesar da decisão judicial, o Ministério Público ainda pode recorrer da sentença.

Adriana Nogueira

Adriana Nogueira

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