Imunização reduz risco de Alzheimer
Um estudo recente publicado na revista Nature Medicine apontou que a vacina contra o herpes-zóster pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver demência, incluindo o Alzheimer. A pesquisa indica que a reativação do vírus varicela-zoster — o mesmo que causa a catapora — pode aumentar as chances de surgimento de doenças neurodegenerativas, enquanto a imunização teria um efeito protetor, especialmente em pessoas que recebem mais de uma dose.
O herpes-zóster é uma infecção viral que provoca erupções dolorosas na pele e ocorre quando o vírus da catapora, que permanece inativo no organismo, é reativado anos depois, geralmente em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido. As lesões costumam durar de duas a quatro semanas e são acompanhadas de inflamação nos nervos da pele.
Os cientistas analisaram registros médicos de mais de 100 milhões de pessoas com 50 anos ou mais, entre 2007 e 2023, por meio da base de dados Optum EHR, que reúne informações de clínicas e hospitais nos Estados Unidos. O objetivo foi comparar o risco de demência entre indivíduos que tiveram herpes-zóster, aqueles vacinados contra a doença e pessoas que nunca foram infectadas nem imunizadas.
Os resultados mostraram que pacientes com múltiplos episódios de herpes-zóster apresentaram um risco 7% a 9% maior de desenvolver demência de três a nove anos após o segundo surto. Já os vacinados tiveram um risco significativamente menor, com destaque para os que receberam duas ou mais doses da vacina recombinante.
Os pesquisadores consideram os achados uma evidência de que a reativação do vírus pode ser um fator modificável de risco para a demência. No entanto, eles ressaltam que ainda não é possível comprovar uma relação de causa e efeito definitiva, sendo necessários novos estudos para confirmar essa possível ligação.
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