Desarticulado um dos maiores grupos neonazistas do país
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), por meio do núcleo especializado em crimes cibernéticos (CyberGAECO), realizou nesta sexta-feira (31) a Operação Nuremberg, voltada a desmantelar um dos principais grupos neonazistas em atividade no Brasil. A ação, conduzida em apoio às 39ª e 40ª Promotorias de Justiça de Florianópolis, reforça o enfrentamento ao antissemitismo, aos discursos de ódio e ao extremismo violento no país.
Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão em dez cidades de quatro estados — São Paulo, Campinas, Osasco e Taboão da Serra (SP); Curitiba, São José dos Pinhais e Araucária (PR); Cocal do Sul e Jaraguá do Sul (SC); e Aracaju (SE). As ordens foram expedidas pela Vara Regional de Garantias de Criciúma e pela Vara Estadual de Organizações Criminosas.
Durante as diligências, os agentes apreenderam armas brancas, facas, um soco inglês e diversos materiais de apologia ao nazismo. As investigações apontam que o grupo possuía estrutura hierarquizada, com divisão de funções, recrutamento ativo e encontros presenciais para difusão da ideologia extremista. Nessas reuniões, os integrantes planejavam ataques, realizavam rituais de iniciação e promoviam atividades voltadas à admissão de novos membros.
Os investigados se identificavam como skinheads neonazistas e utilizavam o “Sol Negro” — símbolo ligado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana — como emblema principal, acompanhado da imagem de um fuzil AK-47, representando o culto à violência e à superioridade racial.
Segundo o Ministério Público, o grupo mantinha forte presença na internet, divulgando conteúdos de ódio e antissemitismo em fóruns e redes sociais por meio de perfis falsos, estratégia usada para ampliar o alcance e dificultar o rastreamento. A investigação revelou ainda que os participantes vinham de diferentes contextos sociais e profissionais, o que evidencia a disseminação dessa ideologia em múltiplos setores da sociedade.
Os membros formalmente integrados à organização contribuíam com mensalidades destinadas ao financiamento das atividades do grupo, incluindo a produção de propaganda e despesas operacionais. O Ministério Público de Santa Catarina ressaltou que a operação reforça o compromisso da instituição com a proteção da sociedade e o combate ao extremismo, destacando que manifestações de ódio e incitação à violência representam ameaças graves à democracia e não serão toleradas.
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