Pix consolida liderança entre meios de pagamento
Criado em 2020 pelo Banco Central, o instrumento responde atualmente por 50,9% de todas as transações realizadas no país. Entre as operações processadas pelo Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), 45% ocorreram entre pessoas físicas, 42,1% envolveram consumidores e empresas, 12,5% corresponderam a transações entre companhias e 0,4% incluíram entes públicos.
O crescimento do Pix também tem reduzido o uso de dinheiro em espécie. A modalidade Pix Saque registrou alta de 36,2% no primeiro semestre de 2025, alcançando 7,7 milhões de operações. Em contrapartida, os saques tradicionais diminuíram 12,7% no mesmo período, com quedas de 18,2% em agências e postos bancários, 13,2% nos caixas eletrônicos e 11,1% entre correspondentes bancários. Esses números reforçam a mudança no comportamento dos brasileiros, que cada vez mais priorizam soluções digitais, rápidas e sem contato com o dinheiro físico.
Mesmo com a expansão do Pix, o mercado de cartões mantém relevância e continua em crescimento. As operações com cartão de crédito aumentaram 9,7%, as com cartões pré-pagos avançaram 8,9% e as com débito permaneceram praticamente estáveis. No total, os cartões representaram 34,3% de todas as transações no semestre. O cartão de crédito segue na liderança entre os meios de pagamento com maior volume financeiro, alcançando 243 milhões de unidades ativas no país. Essa modalidade responde por 69,3% de todo o valor movimentado com cartões e foi a que mais cresceu no período, com alta de 14,2%.
Os pagamentos por aproximação também se tornaram maioria entre os usuários. A tecnologia já responde por 63,2% das operações com cartões pré-pagos, por 47,2% nas transações com débito e por 37,5% nas movimentações com crédito. As compras realizadas pela internet continuam em expansão: no segundo trimestre de 2025, 21,9% das operações com cartão de crédito ocorreram em ambiente online, índice superior ao dos cartões de débito, com 9,8%, e dos pré-pagos, com 7%. Os pagamentos recorrentes, como assinaturas de plataformas de streaming e academias, também se popularizaram e já representam 10,2% das transações com crédito, ante 6,5% no mesmo período de 2024.
Apesar de o Pix dominar em número de operações, o maior volume financeiro ainda é movimentado pelas transferências via TED, que responderam por 37,1% de todo o montante transferido no semestre. O Pix aparece na sequência, com 26,5%. Outros instrumentos, como boletos bancários, registraram crescimento de 4,6% e representaram 8,1% do total movimentado. O uso de cheques, por outro lado, continuou em queda, recuando 16,5% e correspondendo a apenas 0,6% do valor total das operações financeiras.
As tarifas médias de intercâmbio, que são a remuneração paga pelos lojistas às operadoras de cartão, permaneceram próximas aos limites definidos pelo Banco Central. No débito, a taxa média ficou em 0,50%; no pré-pago, em 0,70%; e no crédito, em 1,68%, ligeiramente acima dos anos anteriores. O aumento no crédito está relacionado ao crescimento dos cartões premium, como platinum e black, que costumam cobrar tarifas mais altas. Atualmente, há 58,3 milhões de cartões desse tipo em circulação no país, um aumento de 16,7% em comparação a 2024.
As taxas cobradas dos lojistas, conhecidas como taxas de desconto, continuaram a cair. No crédito, passaram de 2,32% em 2023 para 2,16% em 2025, e no débito, de 1,14% para 1,08% no mesmo período.
Os dados mostram uma transformação acelerada na forma como os brasileiros lidam com o dinheiro. O uso de pagamentos digitais se tornou dominante, impulsionado pela praticidade e pela segurança oferecidas pelas novas tecnologias. O Pix lidera em número de operações, os cartões seguem relevantes no volume financeiro, e o dinheiro físico perde espaço de forma consistente. A preferência por transações instantâneas e sem contato consolida o avanço do país rumo a uma economia cada vez mais digital.
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