Mecânicos terão três níveis de atuação em carros elétricos
O Brasil passou a contar com novas orientações para reparo e manutenção de veículos elétricos e híbridos após a publicação de um documento técnico da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O material, com 14 páginas, organiza a atuação dos profissionais da área em três níveis, considerando formação, experiência e responsabilidades de cada mecânico.
As recomendações foram desenvolvidas pela Comissão de Estudo de Inspeção, Reparação e Marutenção de Veículos Elétricos ao longo de nove reuniões realizadas entre 2023 e 2025. A ABNT explica que o conteúdo reúne informações provenientes de pesquisas, referências internacionais e práticas atuais do setor.
O texto destaca que qualquer profissional responsável pela manutenção desses veículos deve receber capacitação específica para o modelo com o qual irá trabalhar, além de dominar o uso de equipamentos, ferramentas, instalações adequadas e procedimentos de segurança — tanto individuais quanto coletivos — aplicáveis em campo ou oficina.
A norma estabelece três níveis de qualificação. No primeiro, o mecânico precisa ter concluído ao menos o quinto ano do ensino fundamental e possuir quatro anos de experiência como ajudante ou dois anos como mecânico automotivo. Esse profissional é autorizado a atuar apenas na parte mecânica ou no interior do veículo.
No segundo nível, é exigido ensino médio completo e curso profissionalizante em elétrica ou eletrônica automotiva, além de experiência mínima de dois anos como ajudante ou um ano como mecânico. A atuação inclui reparos mecânicos, serviços elétricos de baixa tensão e apoio operacional ao profissional do nível mais avançado.
O terceiro nível exige formação técnica ou superior na área de tração elétrica automotiva e pelo menos um ano de experiência com sistemas de alta tensão. Esse mecânico pode trabalhar em toda a parte mecânica, nos circuitos elétricos de baixa e alta tensão, além de realizar procedimentos de remoção e instalação de motores e baterias de tração, coordenando também atividades operacionais.
O documento ainda determina que, além da escolaridade e da experiência, os profissionais precisam comprovar formação especializada compatível com a norma. A capacitação deve ter carga mínima de 160 horas, ou o mecânico deve apresentar ao menos dois anos de experiência na função. Além disso, a norma requer treinamento adicional, com certificação formal, de no mínimo 40 horas, conforme a legislação vigente.
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