Pix ganha ferramenta antifraude ampliada
A versão atualizada do Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Pix começou a funcionar no último domingo (23) e promete tornar mais eficiente o rastreamento de recursos em casos de fraude. A ferramenta, desenvolvida pelo Banco Central, agora permite acompanhar todas as movimentações feitas pelo dinheiro após um golpe, ampliando a capacidade de bloqueio e de recuperação dos valores.
A adesão à nova versão ainda é facultativa para bancos e instituições de pagamento, mas passará a ser obrigatória a partir de 2 de fevereiro de 2026.
Lançado em 2021, um ano depois de o Pix entrar em operação, o MED foi criado para acelerar a devolução de valores transferidos mediante fraude. No entanto, em 2022, o Banco Central identificou limitações no modelo original, já que ele só permitia rastrear o dinheiro até a primeira conta usada pelo golpista. Criminosos, porém, costumavam repassar rapidamente os valores para outras contas, o que dificultava o bloqueio.
A nova versão corrige essa deficiência ao mapear todas as etapas percorridas pelos recursos, dividindo essas informações com as instituições envolvidas. Com isso, a recuperação dos valores pode ocorrer em até 11 dias após o pedido de contestação feito pelo cliente.
Desde 1º de outubro, aplicativos de bancos e instituições de pagamento também passaram a oferecer um botão específico para contestação de transações, já integrado ao MED. O recurso permite relatar suspeitas de fraude diretamente pelo aplicativo, dispensando o contato por telefone e agilizando o início da investigação.
Como funciona o sistema.
O cliente pode pedir a devolução de um Pix em até 80 dias após a transferência. O processo ocorre da seguinte forma:
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O usuário registra a contestação no aplicativo da instituição financeira.
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O banco analisa o caso e, se verificar indícios de golpe, bloqueia os valores na conta de destino.
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A investigação deve ser concluída em até sete dias.
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Se a fraude não for comprovada, o recebedor recupera o dinheiro.
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Caso o golpe seja confirmado, a devolução acontece em até 96 horas, de forma total ou parcial, conforme o saldo disponível.
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Se não houver saldo suficiente, o banco do fraudador terá até 90 dias, a partir da data da transferência, para realizar bloqueios sucessivos sempre que novos valores entrarem na conta, até completar o reembolso à vítima.
A atualização do MED busca tornar o Pix mais seguro e aumentar as chances de recuperar recursos desviados em golpes, reduzindo o prejuízo para usuários e instituições.
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