Vendas chegam a R$ 5,4 bilhões
A Black Friday de 2025 deve registrar o maior volume de vendas desde 2010, quando a Confederação Nacional do Comércio (CNC) começou a acompanhar oficialmente a data no Brasil. A estimativa divulgada em 19 de novembro aponta movimentação de R$ 5,4 bilhões, um crescimento de 2,4% em relação a 2024.
O cenário econômico apresenta sinais mistos. Por um lado, o câmbio mais favorável e o mercado de trabalho aquecido ampliam o poder de compra das famílias. Por outro, juros elevados e recordes de endividamento limitam o consumo, especialmente de produtos de maior valor.
Nos últimos 12 meses, a taxa média de câmbio caiu 8,3%, com o dólar abaixo de R$ 5,30, um alívio em relação ao ano anterior, quando a moeda oscilava em torno de R$ 5,80. Essa redução ajuda a baixar custos, aumenta o poder de compra do real e favorece setores como eletrônicos, eletrodomésticos e produtos importados.
Além disso, o Brasil registrou em 2025 o menor nível de desemprego da série histórica do IBGE, e a massa real de rendimentos cresceu 5,5% no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, fortalecendo a base de consumidores com maior estabilidade financeira.
Apesar desses fatores positivos, limitações permanecem. A taxa média de juros do crédito livre para pessoas físicas atingiu 58,3% ao ano, o maior patamar desde 2017, enquanto o endividamento alcança 30,5% das famílias e a inadimplência 13,2%. Esses fatores devem restringir o ritmo de crescimento das vendas, mantendo a alta da Black Friday em nível moderado.
Cinco segmentos concentram a maior parte da movimentação prevista:
Hiper e supermercados — R$ 1,32 bilhão;
Eletroeletrônicos e utilidades domésticas — R$ 1,24 bilhão;
Móveis e eletrodomésticos — R$ 1,15 bilhão;
Vestuário e acessórios — R$ 950 milhões;
Farmácias, perfumarias e cosméticos — R$ 380 milhões.
Os três primeiros setores somam 68% do total, destacando a importância de produtos essenciais, eletrodomésticos de grande porte e eletrônicos na decisão de compra.
O estudo também aponta que os consumidores estão mais seletivos, comparando preços ao longo do mês e aproveitando promoções antes da sexta-feira oficial. O comércio digital deve concentrar grande parte das vendas, mas as lojas físicas continuam relevantes em áreas como supermercados, farmácias e moda.
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