Pisos salariais sobem em 2025

Pisos salariais sobem em 2025

As negociações salariais com data-base em outubro mostraram melhora no número de categorias que conquistaram ganhos reais, conforme levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) atualizado até 11 de novembro. O percentual de reajustes acima da inflação passou de 72,7% em setembro para 82,3% em outubro, embora cerca de 10% das negociações ainda tenham resultado em aumentos inferiores ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

A variação real média dos reajustes também avançou, subindo de 0,59% para 0,86% entre setembro e outubro. No entanto, o Dieese aponta que, no acumulado dos últimos 12 meses, há uma tendência de queda no número de acordos que garantem pelo menos a reposição inflacionária, sinalizando ambiente mais difícil nas mesas de negociação — ainda que os reajustes acima da inflação sigam predominando desde 2023.

De janeiro a outubro, o Dieese analisou 17.919 acordos referentes às datas-bases de 2025. Desses, 78,2% superaram o INPC, 13,5% igualaram a inflação e 8,3% ficaram abaixo do índice. A variação real média do ano está em 0,89%.

Em outubro, o reajuste necessário para repor o INPC foi de 4,49%, número inferior ao de setembro (5,10%), reflexo da perda de ritmo da inflação. Apenas 1,3% dos acordos do mês foram parcelados, enquanto 8,6% adotaram reajustes escalonados, aplicados de acordo com faixas salariais ou porte das empresas.

A indústria e o comércio registraram as maiores proporções de reajustes acima da inflação, com 80,4% e 79,0%, respectivamente. Já no meio rural, a incidência de resultados abaixo do INPC atingiu 19,1%. Em termos de variação real média, o setor de serviços lidera com 0,97%, enquanto os comerciários apresentam o menor índice, de 0,69%.

Regionalmente, as negociações no Sudeste e no Sul se destacam, com ganhos reais superiores a 80% dos acordos. O Sudeste também lidera a variação real média no acumulado do ano, com 1,01%.

O piso salarial médio das negociações registradas até outubro é de R$ 1.853, enquanto o valor mediano ficou em R$ 1.730. Entre os setores, o de serviços apresenta o maior piso médio (R$ 1.900), e a indústria, o maior piso mediano (R$ 1.759). Na comparação regional, o Sul concentra os pisos mais altos, com média de R$ 1.912 e mediana de R$ 1.860.

Adriana Nogueira

Adriana Nogueira

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