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PL recua de aliança com Ciro após conflito familiar

PL recua de aliança com Ciro após conflito familiar
Publicado por Adriana Nogueira | Data da Publicação 03/12/2025 12:11 | Comentários: (0)

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A crise instalada na família Bolsonaro após o desentendimento entre Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente levou o PL a suspender a articulação que previa apoio de bolsonaristas a uma possível candidatura de Ciro Gomes ao governo do Ceará. Em uma reunião realizada nesta terça-feira (2) em Brasília, dirigentes do partido decidiram buscar outro nome, já que a aliança enfrentou resistência dentro do próprio núcleo familiar. A nova orientação também inclui mapear acordos que Jair Bolsonaro possa ter firmado em outros estados antes do conflito entre a ex-primeira-dama e os três filhos políticos do ex-presidente.

A decisão foi confirmada por Bolsonaro durante encontro com o senador Flávio Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal, onde cumpre pena. Após ter participado dos ataques públicos contra Michelle ao lado dos irmãos, Flávio se retratou pela manhã e afirmou que ela permanece com espaço para atuar nas decisões, desde que alinhada ao grupo familiar e com aval do ex-presidente. Caberia ao deputado André Fernandes, responsável pelas negociações no Ceará, comunicar a suspensão das conversas com Ciro.

Durante o anúncio, Fernandes reconheceu o impasse interno e afirmou que o diretório nacional deverá rediscutir os rumos da candidatura no estado. Ele reforçou que continuará articulando alternativas para enfrentar o PT no Ceará, mas destacou que a tentativa de composição com Ciro ficará parada enquanto o partido reorganiza sua estratégia.

A reunião que selou a trégua ocorreu na sede do PL e reuniu Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro, André Fernandes, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e o secretário-geral, senador Rogério Marinho. Fernandes explicou após o encontro que Bolsonaro, Valdemar, Flávio e Marinho estavam cientes das conversas com Ciro, mas que Michelle só tomou conhecimento da movimentação recentemente. Dessa forma, as tratativas foram oficialmente suspensas, e o partido buscará uma posição unificada.

O conflito familiar ganhou força após a prisão do ex-presidente, que reacendeu a disputa por influência dentro do grupo bolsonarista. O embate veio à tona quando Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro criticaram a intervenção de Michelle nas negociações no Ceará. Para eles, ao se opor ao acordo conduzido por Fernandes com Ciro Gomes, Michelle teria desrespeitado uma orientação previamente alinhada por Bolsonaro.

A ex-primeira-dama, que esteve no Ceará no domingo para participar do lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão ao governo, manifestou descontentamento com a aproximação de setores do PL com Ciro, que recentemente deixou o PDT e se filiou ao PSDB.

A movimentação no estado ocorre em meio a tentativas paralelas de articulação. Informações internas do partido indicam que Bolsonaro buscou contato com Ciro no início do ano por intermédio de Fernandes, que então recebeu autorização para conduzir o diálogo. Ao mesmo tempo, aliados de Girão afirmam que também houve conversa entre ele e Bolsonaro, intermediada pelo senador Magno Malta, na qual o ex-presidente acenou positivamente ao apoio.

O senador Eduardo Girão, por sua vez, evitou comentar o desentendimento interno e se limitou a reafirmar seu compromisso com uma candidatura alinhada à direita no estado.


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