Lewandowski na CPI do Crime Organizado

A CPI do Crime Organizado deve receber na próxima terça-feira (9) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, em uma das oitivas mais aguardadas pelos parlamentares. Para o presidente do colegiado, senador Fabiano Contarato (PT-ES), a presença do ministro representa uma oportunidade estratégica para aprofundar o entendimento sobre as falhas que têm permitido o fortalecimento das facções criminosas no país.

Contarato afirmou que os depoimentos já colhidos pela comissão revelam um cenário recorrente: a falta de estrutura adequada para combater o crime organizado. Segundo ele, o levantamento feito pela CPI tem demonstrado que a fragilidade das instituições de segurança alimenta a sensação de impunidade. O senador destacou ainda que somente com investimentos consistentes e contínuos será possível avançar nesse enfrentamento, motivo pelo qual considera essencial ouvir Lewandowski neste momento.

O parlamentar adiantou que uma das principais pautas do encontro será a ampliação de recursos para os órgãos responsáveis pela repressão ao crime. De acordo com Contarato, o debate com o ministro deve abordar tanto a necessidade de reforçar o orçamento quanto de aumentar a capacidade de atuação das forças de segurança em todo o país.

Nesta fase dos trabalhos, a CPI concentra seus esforços na avaliação da cooperação entre órgãos federais e estaduais, especialmente no compartilhamento de informações, nas ações de inteligência e nas políticas de prevenção. A comissão pretende esclarecer como cada esfera de governo tem contribuído — ou deixado de contribuir — para o enfrentamento às facções, e cobrará do Ministério da Justiça um plano mais consistente para sanar os principais gargalos identificados.

Entre os integrantes do colegiado, há a expectativa de que Lewandowski apresente detalhes sobre as estratégias do governo federal para reforçar o orçamento da área e melhorar a integração entre as diferentes forças de segurança.

A oitiva ocorre em um momento em que investigações nacionais têm revelado uma estrutura criminosa cada vez mais complexa, com articulações interestaduais e disputas territoriais que pressionam o sistema de segurança pública e evidenciam a urgência de medidas mais coordenadas.