CBF busca acordo para fim da intervenção na FMF
A Confederação Brasileira de Futebol protocolou pedido na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís para a realização imediata de uma audiência de conciliação no processo que envolve a Federação Maranhense de Futebol. A solicitação tem como objetivo acelerar a solução do impasse judicial e definir um cronograma para o encerramento da intervenção na entidade, atualmente administrada de forma provisória por Susan Lucena.
O processo é conduzido pelo juiz Douglas de Melo Martins, por determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. A CBF argumenta que a indefinição compromete o planejamento do futebol maranhense e pode causar prejuízos à organização das competições previstas para a temporada de 2026.
Embora reconheça a idoneidade da interventora, a confederação avalia que a falta de experiência na gestão esportiva representa um risco diante da proximidade do calendário estadual e regional. Segundo a entidade, decisões técnicas urgentes precisam ser tomadas, como a definição de patrocínios, direitos de transmissão, acordos comerciais e a interlocução com a própria CBF para viabilizar repasses e apoio logístico aos clubes.
A confederação também alerta para a necessidade de realização do Conselho Técnico e da apresentação antecipada dos regulamentos e tabelas das competições, exigência mínima para o reconhecimento oficial dos torneios. A ausência desses procedimentos pode levar ao não reconhecimento do Campeonato Maranhense de 2026, o que afetaria diretamente os clubes, impedindo a participação em competições como a Copa do Brasil, a Copa do Nordeste e a Série D do Campeonato Brasileiro.
Além dos impactos nacionais, a CBF destaca o risco de sanções internacionais, já que a manutenção prolongada da intervenção judicial pode ferir regras de autonomia exigidas por entidades como a Conmebol e a FIFA. A confederação ressalta que, como responsável por garantir o cumprimento dessas normas no país, também pode ser alvo de punições caso a situação não seja resolvida em prazo razoável.
A intervenção na FMF foi determinada a partir de uma ação civil pública do Ministério Público do Maranhão, que apontou irregularidades na gestão da entidade e do Instituto Maranhense de Futebol. Em agosto, a Justiça afastou a diretoria, o conselho fiscal e dirigentes do instituto, totalizando 17 pessoas, e nomeou uma administradora externa para conduzir um novo processo eleitoral.
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