Endividamento cresce pelo sexto mês seguido

Endividamento cresce pelo sexto mês seguido

A inadimplência voltou a crescer no Brasil em julho. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta quinta-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias com contas em atraso subiu de 29,5% em junho para 30% em julho — o maior patamar desde setembro de 2023.

O levantamento aponta que o endividamento também seguiu em alta pelo sexto mês consecutivo. A parcela de famílias com dívidas a vencer passou de 78,4% em junho para 78,5% em julho. Em relação ao mesmo mês de 2024, o índice permaneceu estável.

A pesquisa considera como dívidas modalidades como cartão de crédito, cheque especial, carnês de loja, crédito consignado, empréstimos pessoais, cheque pré-datado e financiamentos de veículos e imóveis.

Outro dado que chama atenção é o aumento da parcela de famílias que afirmam não ter condições de quitar dívidas vencidas: 12,7% em julho, ante 12,5% em junho. Em julho do ano passado, o índice era de 11,9%.

A CNC alerta que as famílias de baixa e média renda estão enfrentando mais dificuldades para manter os pagamentos em dia.

Apesar do aumento da inadimplência, houve leve melhora na percepção do endividamento: o número de brasileiros que se consideram “muito endividados” caiu de 15,9% para 15,5% entre junho e julho.

Outro ponto positivo foi a redução do número de famílias com dívidas por prazos superiores a um ano — de 32,2% para 31,5%, menor nível desde fevereiro de 2024. Em contrapartida, aumentou o comprometimento com dívidas de curto prazo (até seis meses).

A proporção de famílias com mais da metade da renda comprometida com dívidas também recuou levemente, de 19,2% para 18,9%. A média da renda comprometida com dívidas caiu de 29,6% para 29,4%.

O cartão de crédito segue como a principal forma de endividamento, usado por 84,5% dos entrevistados — uma leve queda em relação aos 86% registrados em julho de 2024. Já os carnês de loja cresceram em participação: de 15,7% para 16,8% no comparativo anual.

Adriana Nogueira

Adriana Nogueira

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