Brasil é 3º em transplantes no mundo
O Brasil registrou no primeiro semestre de 2025 o maior número de transplantes já realizado no país: 14,9 mil procedimentos. O volume representa aumento de 21% em relação a 2022 e demonstra avanço do sistema nacional. Apesar disso, um desafio continua a limitar o crescimento: 45% das famílias não autorizam a doação de órgãos.
O anúncio ocorreu próximo ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, data criada para reforçar a importância do tema e estimular a conscientização da sociedade.
Para enfrentar os obstáculos, o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Prodot). A iniciativa tem como objetivo reconhecer e apoiar equipes hospitalares que atuam na identificação de possíveis doadores, no processo logístico e no contato direto com familiares em momentos de grande fragilidade.
Outra medida foi a formalização da Política Nacional de Doação e Transplantes (PNDT), inédita desde 1997. O conjunto de ações prevê investimentos anuais de R$ 20 milhões e a inclusão de novos procedimentos no SUS, como o transplante multivisceral e o uso da membrana amniótica em casos de queimaduras graves. Entre as novidades também estão a regulamentação do transplante de intestino delgado, a utilização da prova cruzada virtual para aumentar a segurança imunológica e a definição de critérios específicos para pacientes com maior dificuldade de compatibilidade.
Mesmo ocupando a terceira posição no ranking mundial em número absoluto de transplantes — atrás apenas de Estados Unidos e China —, o Brasil aparece entre as posições 20ª e 30ª quando a comparação é feita proporcionalmente à população. Especialistas apontam que somente um em cada cinco potenciais doadores com morte encefálica chega a ser registrado no sistema, o que, aliado à elevada recusa familiar, impede que mais vidas sejam salvas.
Atualmente, mais de 80 mil pessoas aguardam na fila por um órgão no país. Para ampliar o engajamento, a campanha nacional deste ano incentiva a população a conversar com os familiares sobre o desejo de doar, destacando histórias de quem autorizou a doação e de profissionais que transformam essa decisão em esperança para milhares de pacientes.
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