Iniciativa do Maranhão será destaque na COP30

A Estação Conhecimento de Arari irá participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA). A presença da instituição maranhense reforça o papel de projetos comunitários e rurais na construção de soluções sustentáveis e na contribuição para os debates internacionais sobre o futuro do planeta.

A entidade apresentará, no dia 20 de novembro, a experiência “Do Quintal à Mesa: o Sisteminha como Estratégia de Segurança Alimentar e Geração de Renda”, durante a programação da Agrizone, espaço da COP30 dedicado a iniciativas sustentáveis voltadas ao campo. O encontro ocorrerá das 14h às 15h15, no Auditório A4, e reunirá pesquisadores, técnicos, agricultores familiares e apoiadores para discutir resultados e aprendizados na adoção de tecnologias sociais que unem produção e sustentabilidade.

O projeto é desenvolvido pelo Núcleo de Desenvolvimento Rural (NDR) da Estação Conhecimento, em parceria com a Embrapa Maranhão, por meio da aplicação do Sisteminha, tecnologia social que integra a produção animal, vegetal e aquícola em pequena escala. Em Arari, o modelo foi adaptado às condições locais e implantado em Unidades de Referência Tecnológica (URTs), criadas para fortalecer a autonomia das famílias agricultoras e ampliar a segurança alimentar nas comunidades.

Essas unidades funcionam como laboratórios de campo, onde os produtores testam e aprimoram práticas sustentáveis que ajudam a diversificar a alimentação, reduzir o desperdício, otimizar o uso da água e gerar renda de forma ambientalmente responsável. O trabalho realizado tem mostrado como soluções simples e integradas podem transformar a realidade de áreas rurais vulneráveis.

A Estação Conhecimento de Arari atua em diferentes frentes do desenvolvimento rural, com iniciativas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, em especial os que tratam de erradicação da pobreza, agricultura sustentável, igualdade de gênero, crescimento econômico, consumo responsável e ação climática.

Entre os projetos desenvolvidos estão apicultura e meliponicultura sustentáveis, mandiocultura familiar, hortas comunitárias, manejo agroflorestal, compostagem e uso de bioinsumos em substituição aos agrotóxicos. Todas essas ações têm como objetivo reduzir os impactos das mudanças climáticas, aumentar a resiliência das comunidades rurais e fortalecer a produção de alimentos em pequena escala.

Em regiões como Arari, onde os efeitos do clima já comprometem o solo e afetam os ciclos produtivos, o trabalho do NDR e a aplicação do Sisteminha se consolidam como exemplos de inovação social. A experiência mostra que é possível produzir de forma sustentável, gerar renda e proteger o meio ambiente, promovendo uma agricultura de baixo carbono e uma relação mais equilibrada entre as pessoas e a natureza.