Turismo responsável é destaque em painel na COP30

No estande “Conheça o Brasil”, do Ministério do Turismo, o painel “Turismo Responsável: ferramenta de prevenção contra a exploração e violência em grandes eventos” reuniu especialistas e instituições que atuam na defesa dos direitos humanos, reforçando que o turismo pode ser um espaço de acolhimento e compromisso social.

A mediação foi conduzida por Carolina Fávero, do MTur, que abriu o diálogo ressaltando a importância de integrar políticas públicas e ações comunitárias para garantir que grandes eventos deixem um legado positivo.

A superintendente da Childhood Brasil, Eva Dengler, destacou que o país possui uma trajetória consolidada na realização de grandes eventos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, o que exige responsabilidade e planejamento para proteger crianças e adolescentes de situações de vulnerabilidade. Ela apresentou o projeto “Barco Infância Segura”, realizado em parceria com o governo do Pará, que oferece atendimento integrado a vítimas de violência no arquipélago do Marajó.

Na sequência, Carolina Veloso Maciel, do Instituto Mondó, compartilhou experiências da organização no desenvolvimento territorial e na promoção de ações educativas no Marajó. O instituto, executor do Selo Negócio Protetivo em parceria com o Sebrae Nacional, atua na formação de empreendedores locais e na prevenção à exploração sexual. Carolina defendeu que o turismo deve ser planejado de forma sustentável, capaz de transformar realidades sem ampliar desigualdades.

A delegada Ariane Melo, da Secretaria de Segurança Pública do Pará, apresentou os resultados da Operação de Prevenção à Violência Sexual, realizada em cooperação com o Ministério do Turismo, Ministério da Justiça, Ministério dos Direitos Humanos e Ministério Público do Trabalho. A ação mobilizou centenas de profissionais e capacitou trabalhadores do setor turístico em Belém e no Marajó para identificar e denunciar situações suspeitas. Segundo ela, o sucesso da iniciativa demonstra a importância da articulação entre Estado e sociedade civil na construção de uma rede de proteção.

O painel foi encerrado com um chamado à responsabilidade coletiva. A mediação reforçou que a COP30 deixa um legado importante ao unir turismo, segurança pública e direitos humanos, demonstrando que o setor pode ser um instrumento de transformação social quando guiado por princípios éticos e humanos.

A programação terminou com a assinatura simbólica de adesão ao Código de Conduta Brasil Turismo Responsável, com a presença do ministro Celso Sabino, que celebrou o compromisso conjunto das instituições com o desenvolvimento sustentável e a proteção da infância.

Durante as duas semanas de conferência, o estande do Ministério do Turismo manterá uma programação intensa no Auditório Carimbó, com debates sobre turismo regenerativo, financiamento climático, justiça ambiental e valorização de comunidades tradicionais. Também serão lançados projetos estratégicos, como a Trilha Amazônia Atlântica, o Mapeamento do Turismo em Comunidades Indígenas, a série “Pelos Rios da Amazônia” e o Plano de Adaptação Climática do Turismo Brasileiro, reforçando o compromisso do país com a inovação e a sustentabilidade.