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Conflito familiar e partidário mobiliza o PL

Conflito familiar e partidário mobiliza o PL
Publicado por Adriana Nogueira | Data da Publicação 02/12/2025 11:00 | Comentários: (0)

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O PL marcou uma reunião emergencial para esta terça-feira (2), às 15h, em Brasília, com a presença de Michelle Bolsonaro, do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e dos senadores Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho. O encontro foi convocado para discutir a crise interna desencadeada após as críticas feitas por Michelle à aliança costurada pela sigla no Ceará.

No fim de semana, durante um evento em Fortaleza, Michelle manifestou publicamente sua insatisfação com o apoio do PL a um possível projeto eleitoral envolvendo Ciro Gomes no estado. Segundo ela, o partido estaria se aproximando de um nome historicamente contrário às pautas defendidas pelo eleitorado de direita, o que gerou incômodo entre dirigentes e parlamentares da legenda. A ex-primeira-dama também dirigiu críticas ao deputado André Fernandes (PL-CE), um dos articuladores do acordo, considerando precipitada a construção política em torno do ex-governador cearense.

A insatisfação de Michelle se baseia no histórico de embates entre Ciro Gomes e Jair Bolsonaro. Para ela, apoiar um adversário tão crítico ao ex-presidente significaria ignorar ataques anteriores e desconsiderar episódios que contribuíram para desgastes e consequências políticas sofridas por Bolsonaro. Michelle também ressaltou que, embora respeite opiniões divergentes dentro da família, sente-se no direito de expressar discordância quando avalia que uma decisão contraria princípios defendidos pela base bolsonarista.

A reação dos filhos do ex-presidente foi imediata. Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro repudiaram a manifestação de Michelle e argumentaram que as articulações no Ceará já tinham sido autorizadas por Jair Bolsonaro e validadas pelas instâncias superiores do partido. Para eles, a crítica da madrasta expôs divergências de forma desnecessária e colocou em xeque a autoridade do ex-presidente, além de, na visão deles, atingir injustamente quadros do próprio PL.

Diante do desgaste público, a reunião convocada pela sigla assume uma função política mais ampla do que apenas debater o cenário no Ceará. A direção do PL tenta recompor a imagem de unidade interna, conter a disseminação de conflitos e evitar que disputas familiares e partidárias provoquem instabilidade às vésperas de um novo ciclo eleitoral. Ao mesmo tempo, as declarações de Michelle reforçam um dilema real dentro da legenda: a disputa entre a estratégia eleitoral pragmática e a manutenção de uma identidade estritamente alinhada ao bolsonarismo.

A expectativa é que o desfecho do encontro influencie não só o futuro da aliança no estado, mas também o modo como o partido pretende administrar divergências internas, possíveis candidaturas independentes e o protagonismo crescente de Michelle Bolsonaro, que passa a se posicionar não apenas como ex-primeira-dama, mas como figura política disposta a intervir nos rumos da legenda.


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