VÍDEO: Servidor da CGU é indiciado após agressões no DF
O auditor federal da Controladoria-Geral da União (CGU) David Cosac Júnior, de 50 anos, pode enfrentar uma pena superior a dez anos de prisão após ser flagrado em vídeo agredindo uma mulher e uma criança de 4 anos. A informação foi confirmada pela 21ª Delegacia de Polícia de Taguatinga Su.
Dea acordo com informações, o servidor pode ser condenado por dois crimes distintos: lesão corporal contra a ex-companheira e maus-tratos contra a criança. Cada um deles prevê pena de até cinco anos de reclusão, com possibilidade de aumento de um terço no caso envolvendo o menor, por se tratar de vítima com menos de 14 anos.
A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou o auditor após analisar imagens de câmeras de segurança que registraram a violência ocorrida na noite de 7 de dezembro, por volta das 19h40, no estacionamento de um prédio residencial em Águas Claras. O vídeo, divulgado pela imprensa, mostra a mulher segurando a criança no colo quando é surpreendida pela agressão. O homem avança contra os dois, atinge o menino com tapas, derruba mãe e filho no chão e continua a violência, chegando a puxar a criança pelo braço e desferir novos golpes na cabeça do garoto.
Veja o momento da agressão.
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Moradores do prédio acionaram a polícia, mas o agressor não foi preso em flagrante. À época, David alegou aos policiais que havia encerrado o relacionamento com a mulher e que houve um desentendimento entre eles. A vítima foi contatada por telefone por uma agente da delegacia e afirmou, naquele momento, que não pretendia registrar ocorrência. A criança, no entanto, foi orientada a ser levada à delegacia para posterior encaminhamento ao Instituto Médico-Legal.
O subsíndico do edifício se comprometeu a preservar as imagens da agressão e entregá-las à polícia, afirmando não ter conhecimento de episódios anteriores de violência envolvendo o servidor naquele local.
David Cosac Júnior ingressou na CGU em 2007 como analista de Finanças e Controle e, desde 2016, atua como auditor federal. De acordo com dados do Portal da Transparência, sua remuneração mensal gira em torno de R$ 25 mil.
O histórico do servidor inclui uma condenação em 2019 por comportamento agressivo. Em 2017, ele se envolveu em uma confusão em um supermercado de Águas Claras, após discordar do preço de produtos. Na ocasião, teria ameaçado verbalmente o gerente e chutado repetidas vezes um carrinho de compras, segundo o processo judicial.
Na quarta-feira (24), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios determinou a aplicação de medidas protetivas em favor da criança. A decisão proíbe o auditor de se aproximar do menino, mantendo distância mínima de 300 metros, além de impedir qualquer tipo de contato e o acesso ao endereço residencial da vítima. A mulher optou por não solicitar medidas protetivas para si, alegando convivência profissional no mesmo órgão e proximidade de residência, mas considerou necessária a proteção do filho.
O caso também repercutiu no Palácio do Planalto. Em manifestação pública feita na quinta-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter determinado a abertura imediata de processo administrativo para responsabilização e expulsão do servidor do serviço público federal, classificando a agressão como inadmissível.
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