Correios planejam parcerias e reequilíbrio financeiro
O presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, afirmou que a estatal não trabalha, neste momento, com a hipótese de privatização, mas mantém aberta a possibilidade de parcerias com a iniciativa privada, inclusive com participação societária. Segundo ele, a estratégia busca alternativas que fortaleçam a empresa sem abrir mão do controle público.
De acordo com Rondon, existem modelos bem-sucedidos tanto de sociedades de economia mista quanto de parcerias específicas voltadas a áreas estratégicas, como serviços financeiros e de seguridade. Dentro desse contexto, o plano de reestruturação prevê a contratação de uma consultoria externa para analisar o atual modelo organizacional e societário da empresa e apresentar propostas compatíveis com a realidade e as necessidades dos Correios.
Na última sexta-feira, a estatal firmou um contrato de empréstimo no valor de R$ 12 bilhões com um consórcio formado por cinco bancos. O recurso será utilizado para reequilibrar as contas da empresa ao longo dos próximos dois anos. A operação conta com garantia do Tesouro Nacional, o que reduz o risco para as instituições financeiras e possibilita condições de crédito mais favoráveis.
O plano financeiro dos Correios prevê uma captação total de até R$ 20 bilhões. Com o financiamento já contratado, ainda seriam necessários cerca de R$ 8 bilhões para atingir o valor considerado ideal. A definição entre um novo aporte do Tesouro Nacional ou a contratação de mais empréstimos deve ocorrer em 2026.
Além da captação de recursos, o plano de reestruturação para o período de 2025 a 2027 inclui medidas de redução de custos e ampliação de receitas. A empresa projeta uma diminuição anual de R$ 4,2 bilhões em despesas, crescimento de R$ 1,7 bilhão em receitas e arrecadação de R$ 1,5 bilhão com a venda de imóveis.
A estatal também espera economizar R$ 2,1 bilhões por ano com a otimização do quadro de pessoal e a revisão de benefícios. Entre as medidas previstas estão a implementação de um programa de demissão voluntária que pode atingir até 15 mil empregados, a reavaliação de cargos de média e alta remuneração e ajustes nos planos de saúde e previdência. Segundo a empresa, os efeitos dessas ações começam a ser sentidos a partir de 2028.
Outra iniciativa prevista é o fechamento de aproximadamente mil unidades, o que deve gerar uma economia adicional estimada em R$ 2,1 bilhões anuais. Somadas, todas as medidas do plano de reestruturação podem resultar em um impacto positivo de cerca de R$ 7,4 bilhões por ano no caixa dos Correios.
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